Exército investiga origem de explosivos e arsenal apreendidos com suspeitos de explodir carro-forte
O Exército Brasileiro instaurou um procedimento administrativo para investigar a origem dos explosivos, das munições e das armas apreendidas com os quatro suspeitos do assalto ao carro-forte na região metropolitana de João Pessoa, presos nessa segunda-feira (6) e apresentados ontem (7) pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil da Paraíba. O arsenal inclui um fuzil americano com capacidade de destruir até uma aeronave.
O objetivo dos militares é descobrir a origem e os possíveis responsáveis pelo extravio dos explosivos, que só podem ser usados por empresas cadastradas. Ao final das investigações, os militares irão acionar a Justiça.
Na manhã desta quarta-feira (8), o 15º Batalhão de Infantaria Motorizada, ( 15º BIMtz), instalado no bairro de Cruz das Armas, em João Pessoa, encaminhou à sede do GOE dois oficiais para iniciarem os trabalhos de análise nos explosivos.
O tenente Sidney Teixeira e o sargento Geisel Carvalho são integrantes da seção de Fiscalização e de Serviços Controlados do 15º BIMtz. Eles explicaram que o material apreendido pela polícia passará por uma análise de rastreamento, para descobrir de qual local eles foram retirados.
De acordo com o tenente Sidney Teixeira, que é o chefe da Seção de Fiscalização e de Serviços Controlados do 15º BIMtz, o uso dos explosivos é monitorado pelo Exército e apenas empresas cadastradas e acompanhadas pelos militares são autorizadas a utilizar o material. Ele alertou que uso indevido de explosivos é crime com pena de prisão. Além de investigar os explosivos, os militares também farão uma análise nas munições e armas apreendidas.
“Iremos fazer um rastreamento para descobrir a origem desse material. Toda munição possui uma numeração que indica lote e data de fabricação. Vamos entrar em contato com as fábricas para determinar a origem”, afirmou o tenente Teixeira.
As apreensões ocorreram na segunda-feira (6), após quatro homens assaltarem um carro forte, na estrada que dá acesso ao município de Cruz do Espírito Santo (PB). O grupo usou explosivos para destruir um carro forte, mas não conseguiu levar o dinheiro que havia no veículo, graças a um dispositivo que protege as cédulas. Em seguida, os assaltantes roubaram um veículo e fugiram para uma granja. Como o carro possuía um rastreador, a polícia conseguiu localizar os criminosos e houve confronto. Após troca de tiros e negociação, os homens se renderam e seguem presos em penitenciária de João Pessoa.
Com os criminosos, foram encontrados pistolas, fuzis, artefatos explosivos e coletes balísticos e cerca de 1.800 munições intactas, além daquelas que foram deflagradas durante a troca de tiros com a polícia. Todos os armamentos são de fabricação estrangeira e de uso restrito das Forças Armadas. O que mais chamou a atenção dos agentes de segurança foi um fuzil de calibre 50, de fabricação americana, com alto poder de destruição. Ele tem capacidade de alcançar um alvo a 4.500 metros de distância e pode destruir a fuselagem de uma aeronave. O equipamento é considerado uma arma de guerra pelos militares. “Nós iremos também analisar esse armamento, que, em hipótese alguma, pode ser usado em área urbana. É uma arma de guerra”, afirmou o tenente.
A delegada do GOE, Karina Alencar, disse que os presos fazem parte de uma quadrilha que já vem sendo investigada por polícias de vários estados e Polícia Federal, por prática de roubos a carro-forte. Os presos foram identificados como Livaci Muniz da Silva ( mais conhecido como Galeguinho), de 34 anos; Romário Gomes Silveira, de 29 anos; Antonio Arcênio de Andrade Neto, de 28 anos; e Vanilson Pereira de Macedo, de 32 anos.
A delegada afirmou que ainda serão feitas novas diligências para concluir o inquérito, cujo prazo para ser encerrado é de 10 dias. Ela acrescentou que todo o material apreendido será colocado à disposição da Justiça após o término das investigações.
G1