Depois das convenções, observamos que está oficialmente aberta a temporada de caça ao voto. Não tem Pokémon Go que supere a caça desenfreada pelo voto que, nesta temporada, é mais valioso e causa mais satisfação do que capturar o próprio Pikachu. Imagine que os candidatos são os jogadores e os eleitores são os Pokémon’s, onde quer que os eleitores estejam, nos mais longínquos lugares, eles irão ao seu encontro em busca do voto, usando de todos os artifícios possíveis para conseguir.
A temporada de caça ao voto é a mais interessante de se observar no processo eleitoral. Os candidatos usam e abusam de suas lábias para conseguir êxito. Muitas vezes conseguem. Em outras, eles (os políticos) precisam “trabalhar” um pouquinho mais. Nesse período você também consegue ver claramente “quem é de quem”, através de fotos e mais fotos, defesas e mais defesas nas redes sociais, por exemplo. Vemos abraços e mais abraços de políticos nos eleitores e claro que não pode faltar o bom e velho ‘tapinha nas costas’ para mostrar a satisfação em reencontrá-lo depois de anos distante. E o eleitor, por vezes, desinformado ou iludido mesmo, os recebe com um largo sorriso no rosto e de braços abertos e ouvidos atentos para o que eles têm a dizer – porque a oferecer, geralmente não têm quase nada.
Estamos no tempo em que os discursos políticos são recheados de “emoção e de amor pelos municípios”, também de lágrimas e de sorrisos. Mas é claro que ofensas aos concorrentes não ficam de fora, mostrando total despreparo e falta de respeito para com o próximo. Para se tornarem mais competitivos e atraentes para os eleitores, com algumas exceções, os candidatos expõe seus vastos currículos e sua árvore genealógica, porque o nome dos parentes e o sobrenome da família são importantes nessa busca pelo voto do eleitor – pelo menos na cabeça deles.
Contudo, na tentativa de fisgar o eleitor em busca do seu voto a todo custo, a maioria dos políticos se esquece de apresentar o principal: seu planejamento para o município, se é que já começaram a pensar em estratégias para a melhoria da qualidade de vida dos munícipes. E é aqui, nesse ponto, que entra a equipe contratada especificamente para pensar por eles e fazer o que eles não fazem: ouvir o povo e suas demandas, transformando-as em uma bela propaganda eleitoral e revertendo o que as pessoas dizem em marketing para a campanha – tudo para capturar o eleitor que está na sua luta diária como uma presa pouco atenta ao que acontece ao seu redor, não percebendo que essas estratégias usadas para ludibria-lo não passam de um mero jogo, onde vence aquele que usa melhor suas técnicas.
É imprescindível que não nos comportemos como presas indefesas, afinal, nós não somos. Explico. Tudo isso é feito, exatamente, porque nós é que detemos o poder. Somos nós que damos a eles a oportunidade de governar. Aceite os abraços que lhes são ofertados e retribua os sorrisos, isso não lhe fará mal algum. Porém, ouça o que o lhe é dito, e cobre deles suas propostas para o município – propostas que tragam políticas públicas que tenham a ver com a realidade da comunidade, que foram pensadas para o município e não meras cópias de projetos exitosos. A mudança está em suas mãos – lembre-se disso. Vá em frente e deixe que eles ‘te cacem’ pelo seu voto, afinal a graça do jogo é essa.