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Obras nos açudes de Poções e Camalaú não serão entregues no prazo, constata MPF-PB

acude_camalau-300x200 Obras nos açudes de Poções e Camalaú não serão entregues no prazo, constata MPF-PBA entrega das obras de modernização e readequação dos açudes de Poções e Camalaú, no Cariri paraibano, vai atrasar. A constatação é do Setor de Engenharia do Ministério Público Federal (MPF) na Paraíba, que realizou nova vistoria técnica, nessa terça e quarta-feira, dias 17 e 18 de julho. O prazo estipulado para conclusão das tomadas suplementares nos mananciais e entrega da obra era dia 1º de agosto, conforme acordo com o MPF e o Ministério Público Estadual (MPPB).

A Engenharia do MPF avalia que, no caso de Poções, em execução pela empresa PB Construções, a conclusão da tomada d’água suplementar não ocorre antes de 31/08/2018. Já em Camalaú, com obras executadas pela Sancol, a estimativa de atraso no cronograma da obra da tomada d’água é de cerca de 60 dias.

O engenheiro e analista pericial responsável esclarece que a função da tomada d’água suplementar é dar vazão, principalmente, às águas da transposição do rio São Francisco.

“Ou seja, trata-se de um mecanismo que possibilita remeter para o leito do rio Paraíba, de forma segura e controlada, vazão compatível com aquela que pode ser bombeada pelo Projeto de Integração do São Francisco (Pisf). Sem esse mecanismo, não há meios para remeter para o rio Paraíba volume compatível com a capacidade instalada de bombeamento do Pisf, que seria de 9m³/s com o funcionamento das duas bombas. Ressalto que estes valores referem-se à capacidade instalada de projeto, mas não de sua efetiva liberação, a qual ultrapassa a esfera da engenharia (política tarifária)”, declarou o engenheiro que assina a informação técnica.

O engenheiro diz ainda que enquanto as obras das tomadas d’água suplementares não forem completamente finalizadas, é prudente que sejam adotados procedimentos para que a vazão fornecida não ultrapasse 1,3m³/s.

“Tal vazão é, segundo o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), a mesma da descarga de fundo do açude de Camalaú, e a manutenção desse limite permitirá a conservação do nível dos açudes em patamares que não venham a atrapalhar a execução das obras existentes”, disse.

Ainda segundo o documento, outros serviços que estão no escopo do projeto de modernização das barragens devem levar bem mais tempo até sua conclusão.

Os Ministérios Públicos estão analisando o caso para tomar medidas judiciais cabíveis.

Falta d’água –  Enquanto as obras em Poções e Camalaú não andam no ritmo acordado com o MPF e o MPPB, e mesmo isso não sendo fator determinante para a falta d’água em Monteiro, a escassez de água continua sendo uma triste realidade em alguns locais daquela cidade, quase um ano e meio depois da chegada da transposição do rio São Francisco.

“Antes da paralisação do bombeamento d’água para conclusão das obras em Poções e Camalaú, ocorrida no mês de março, muitos cidadãos monteirenses já sofriam com a falta de água nas torneiras, mesmo com a chegada da transposição na região. A falta d’água que atinge muita gente em Monteiro, especialmente no bairro Mutirão e na Rua do Limão, não tem relação direta com a suspensão do bombeamento para conclusão das obras nos dois açudes, até porque Monteiro é abastecida pelo açude São José, que está com quase 90% da sua capacidade”, disse Janaina Andrade, procuradora da República em Monteiro.

A procuradora destaca ainda que a suspensão do bombeamento ocorreu antes do prazo estipulado, em razão de problemas técnicos na estação de bombeamento EBV3 e no aqueduto.

Já o procurador de Justiça do MPPB, Álvaro Gadelha, diz que mesmo que venha ocorrer atraso nas obras em Poções e Camalaú, não é motivo para que a sociedade, especialmente os moradores do Cariri e de Campina Grande, fique preocupada, já que São José e Boqueirão estão com um bom volume de água, o que não vai prejudicar o abastecimento neste momento.

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