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Nasa mostra aquecimento da Terra e derretimento dos polos ao longo de décadas

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Globo terrestre em representação da Nasa é mostrado com altas temperaturas médias em relação ás últimas décadasNasa/Giss/Nasa/JPL Caltech/ Nasa Scientific Visualization Studio

Cortes drásticos no uso de combustíveis fósseis, cultivar florestas e comer menos carne são apenas algumas das ações necessárias nesta década para conter o aquecimento global a 1,5ºC acima das temperaturas pré-industriais, afirmou um importante relatório da agência de ciência climática da ONU, em 4 de abril de 2022.

A máquina do tempo climático da Nasa mostra mudanças em nosso planeta ao longo das últimas décadas.

Esta visualização de dados mostra a distribuição global e a variação da concentração de dióxido de carbono (CO2) observada pela sondador infravermelho atmosférico (Airs) na nave espacial Aqua da nasa ao longo de um período de 20 anos.

Os dados mostram um aumento contínuo do dióxido de carbono com o tempo, como visto na mudança na cor do mapa de amarelo claro para vermelho à medida que o tempo avança. Outra característica é a variação sazonal do dióxido de carbono no hemisfério norte, que é regida pelo ciclo de crescimento das plantas.

Isto pode ser visto como uma pulsação nas cores, com uma mudança para cores mais claras começando em abril/maio de cada ano e uma mudança para o vermelho à medida que o final de cada estação de crescimento passa para o inverno.

O ciclo sazonal é mais pronunciado no hemisfério norte do que no hemisfério sul, já que a maioria da massa de terreno está no norte.

Apesar dos alertas sobre alterações climáticas emitidos pelo Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC) desde 1990, as emissões globais continuaram a aumentar na última década, atingindo o ponto mais alto da história.

O resultado: as emissões globais estão no bom caminho para ultrapassar o limite de aquecimento de 1,5ºC previsto no Acordo de Paris de 2015.

O verão de 2023 foi o mais quente já registado, segundo dados do Serviço de Alterações Climáticas da União Europeia (UE) divulgados em setembro de 2023.

O período de três meses, de junho a agosto, superou por larga margem os recordes anteriores, com uma temperatura média de 16,8ºC, 0,66ºC acima da média.

Veja também: Estudo mostra que ondas de calor subiram mais de 600% em quase 60 anos

A meta de manter o aquecimento global a longo prazo dentro de 1,5ºC está fora de alcance, dizem os especialistas em clima, com as nações não conseguindo estabelecer metas mais ambiciosas, apesar de meses de calor recorde em terra e no mar.

Enquanto os enviados se reuniam em Bona, no início de Junho, para se prepararem para as conversações anuais sobre o clima deste ano, em novembro, no Dubai, as temperaturas médias globais do ar à superfície estiveram mais de 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais durante vários dias, informou o Copernicus Climate Change Service (C3S), financiado pela UE.

Agosto foi o mês mais quente já registrado em todo o mundo, o terceiro mês consecutivo a estabelecer tal recorde, depois dos meses de junho e julho mais quentes de todos os tempos, disse a UE.

Temperaturas bem acima da média também ocorreram na Austrália, em vários países da América do Sul e em grande parte da Antártica em agosto, disse o instituto.

Entretanto, o oceano global registou a temperatura superficial diária mais quente alguma vez registada e teve o mês mais quente em geral.

Embora as temperaturas médias já tivessem ultrapassado temporariamente o limite de 1,5°C, esta foi a primeira vez que o fizeram no verão do hemisfério norte, que começa em 1 de junho. As temperaturas do mar também bateram recordes de abril e maio.

Até ao final do século, sem uma ação climática agressiva, estima-se que o aquecimento global atinja os 2,8ºC.

Mas mesmo ao nível atual de aquecimento poderemos ultrapassar vários pontos de viragem climáticos.

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