Caiu para 19,2% (89,7 milhões de metros cúbicos (m³)) o volume de água armazenada no açude Epitácio Pessoa, que fica na cidade de Boqueirão, região de Campina Grande. Em pouco mais de 40 dias, o manancial perdeu 9,3 milhões de m³ de água e segue sem receber a transposição do São Francisco.
Mesmo com a queda no armazenamento, a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa) continua afirmando que não há chance de Campina Grande e outras 19 localidades abastecidas pelo açude entrarem em racionamento este ano. Segundo o presidente da Agência, Porfírio Loureiro, a diminuição do volume vem sendo monitorada constantemente e está dentro do previsto.
“Não tem nenhum risco de retorno de algum tipo de racionamento em Campina este ano. Estamos monitorando a situação, mas sem preocupação. A perda de volume é normal, tanto pelo consumo da população como pela falta da água da transposição e também pela vazão que estávamos liberando para Acauã. Vamos suspender essa vazão no dia 30 de outubro e a partir daí a perda de volume cairá para algo em torno de 5 milhões de m³ por mês”, contou Porfírio.
Ainda segundo o presidente da Aesa, o governador João Azevêdo reforçou ao Governo Federal a solicitação de retorno do bombeamento da transposição para a Paraíba, que foi paralisado em agosto por causa de um problema durante a fase final de enchimento da barragem Cacimba Nova, em Sertânia (PE). De lá, a água segue por Pernambuco e é liberada para Monteiro (PB).
“Nós esperamos que esse bombeamento retorne no mais breve tempo possível, já que a transposição não abastece apenas Boqueirão, mas Poções e Camalaú, que estão secos”, disse Porfírio Loureiro.
MDR sobre bombeamento para Boqueirão
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), responsável pela transposição do São Francisco, informou que a solução para a baixa no volume de Boqueirão poderá começar a ser resolvida a partir de novembro deste ano. O MDR afirmou que desde agosto, equipes técnicas do Ministério estão trabalhando para solucionar o problema que provocou a interrupção no bombeamento da transposição.
O MDR disse ainda que a empresa responsável pela operação do trecho da transposição vem realizando testes na barragem Cacimba Nova para avaliar seu funcionamento com o objetivo de garantir a segurança da população e a integridade da estrutura.
“Paralelamente, está em fase de conclusão o detalhamento da solução final de engenharia que será executada no barramento. Apesar da barragem Cacimba Nova estar em monitoramento e testes com vazão reduzida, as águas do rio São Francisco já seguem pelos canais com previsão de chegar ao último reservatório do eixo leste – Campos -, em novembro”, disse o MDR.
O reservatório de Campos fica em Sertânia (PE), de onde a água vai partir para a Paraíba. Somente depois de encher Campos, a partir de novembro, é que será possível estabelecer um prazo para a chegada da água à Paraíba.Portal correio