Bradesco pagou propina a Ricardo Coutinho para gerir folha do Estado, diz Crusoé
Reportagem da revista Crusoé revela que, após Ricardo Coutinho saber que o Bradesco e a Alpargatas, dona da Havaianas, tinham feito doações para o tucano Cássio Cunha Lima, o então governador ordenou que Burity e a secretária de Administração da Paraíba, Livânia Farias, viajassem a São Paulo, para também pedir doações às duas empresas.
-A ordem, diz o delator, era -ir pra cima- e conseguir 3 ou 4 milhões de reais. Deu certo. Burity conta que o Bradesco e a Alpargatas concordaram em dar o dinheiro, oficialmente, mas as doações foram condicionadas a benefícios no governo de Coutinho. Diz ele:
-Os benefícios do Bradesco estavam relacionados ao processamento e operacionalização dos créditos consignados tomados pelos servidores públicos estatais ao passo que Alpargatas tinha benefícios fiscais-. Teria funcionado-, diz a matéria da revista
Ivan Burity contou que a doação estreitou a relação do banco com o grupo de Coutinho. “Fato relevante: A partir deste evento a relação com Ricardo Coutinho e seu governo se estreitou com o Bradesco de tal forma que não só os consignados foram mantidos, mas também a folha de pagamento do estado migrou do Banco do Brasil ao Bradesco, tudo intermediado pela Livânia, que era secretária de administração”, contou ele.
Procurados por Crusoé, Bradesco e Alpargatas não se manifestaram.
A reportagem da Crusoé destaca ainda que os tentáculos da organização criminosa tinha tentáculos também no Tribunal de Contas do Estado, no Judiciário, Ministério Público e Assembleia Legislativa da Paraíba.