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Sete Anos da Transposição do Rio São Francisco: Expectativas e Realidades em Monteiro, Paraíba

IMG_20240319_110223-scaled Sete Anos da Transposição do Rio São Francisco: Expectativas e Realidades em Monteiro, ParaíbaMonteiro, Paraíba – No dia 19 de março de 2017, uma multidão de cerca de 100 mil pessoas testemunhou um marco na história de Monteiro e do Cariri Paraibano: a inauguração do Projeto de Transposição do Rio São Francisco. Este evento, contando com a presença de figuras políticas de grande relevância como a ex-presidente Dilma Rousseff e o então presidente Lula, prometia inaugurar uma era de prosperidade e desenvolvimento para a região. No entanto, sete anos após aquela celebração, os resultados e impactos econômicos esperados ainda estão por materializar na escala antecipada.

Em um olhar mais atento à situação atual, percebe-se que as águas do “Velho Chico”, embora tenham transformado a realidade hídrica da área, não trouxeram o boom econômico prometido. O cenário em Monteiro e adjacências, áreas beneficiadas pela transposição, não se converteu na esperada “nova Petrolina”, cidade conhecida por sua pujança agrícola impulsionada pelo acesso a recursos hídricos. Ao contrário, as águas do São Francisco vêm sendo utilizadas majoritariamente para fins domésticos e abastecimento do rebanho, longe dos grandes plantios sonhados.

Projetos de infraestrutura hídrica, como a distribuição de água encanada para algumas localidades, estão em andamento, porém, seu ritmo lento e a execução tímida destacam os desafios na realização de potenciais transformações socioeconômicas. Ademais, os principais açudes de Monteiro, a Barragem de São José e o Porções, beneficiam-se diretamente do aporte das águas transpostas, mantendo-se frequentemente cheios. No entanto, paradoxalmente, a cidade enfrenta crises hídricas recorrentes, exacerbadas por questões de gestão por parte da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA).

Essa discrepância entre as expectativas geradas e a realidade enfrentada pelos habitantes levanta questões sobre o planejamento e a gestão de projetos de infraestrutura de grande escala. A esperança dos moradores e das autoridades locais é que, nos próximos anos, as águas do Rio São Francisco sejam empregadas de maneira mais eficaz, não somente aliviando os desafios hídricos, mas também servindo como motor para o desenvolvimento econômico e a segurança hídrica de Monteiro e região do Cariri Paraibano.

A transposição, embora tenha alterado a paisagem hídrica da área, deixou claro que o caminho para a concretização plena dos seus potenciais benefícios é ainda permeado por desafios, necessitando de esforços conjuntos, inovação e, sobretudo, uma gestão eficaz que priorize o desenvolvimento sustentável e inclusivo da região.

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