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Empresário desabafa e diz que pode ficar sem teto após golpe da Braiscompany: “tiveram a astúcia de envolver Deus e iludir a todos”

inauguracao-braiscompany-saopaulo0260-800x533-1 Empresário desabafa e diz que pode ficar sem teto após golpe da Braiscompany: "tiveram a astúcia de envolver Deus e iludir a todos"Se voltar no tempo fosse possível, a história teria sido diferente para os milhares de investidores que colocaram seus patrimônios na Braiscompany. Agora, eles sentem o impacto do golpe dado pelo dono da empresa Antônio Neto Ais. Em entrevista ao ClickPB, o empresário Hamed Ani, nome fictício para preservar a identidade da vítima, desabafou acerca do risco de perder o próprio teto, veículos e até o plano de saúde da família ao perder o rendimento de R$ 30 mil ao mês que tinha com o contrato de investimento feito com a ‘Brais’.

“Um campo de desilusões. Fiz uma linha de crédito, financiei o meu apartamento que estava liquidado e coloquei na Braiscompany, que não me pagou, e o banco vai tomar meu apartamento. Voltei ao zero, com risco de ficar sem ter onde morar, sem carro e com vários familiares prejudicados também. O sistema é de uma forma… é tudo desenhado para lhe encantar e seduzir. São palavras positivas que vão lhe levando para frente, fazendo você se sentir bem e motivado e lhe envolvendo. Os gerentes vão passando sonhos e informações e, você recebendo em dia, vai se envolvendo ainda mais e isso gera uma corrente, pois todos querem também e agora é um caos geral”, desabafou ao Portal ClickPB.

Ao contar como se deixou levar pelo atraente projeto de enriquecimento da Braiscompany, o empresário disse que ganhou muito nos primeiros meses de contrato.”Eles honraram em dia o primeiro contrato, não atrasou nenhum dia. Eles eram fieis no pagamento. Depois senti segurança e fiz um segundo contrato que, inclusive, depositaram os rendimentos logo cedo da manhã. Isso passou segurança para a gente e aí, nesse segundo contrato eu pedi que a gerente me enviasse toda a documentação e assim foi feito. Isso trouxe muita segurança e foi quando resolvi colocar meu apartamento no investimento”, revelou.

“Tudo foi uma construção da credibilidade da empresa. Ela patrocinou a Associação dos Policiais Federais no Brasil. Tem como você não confiar, eles tinha muito alicerce. O Ministério Público emitiu parecer dizendo que não tinha nada contra a empresa. Houveram vários eventos em Campina Grande que nos seduziram demais. Outras pessoas vendo os meus ganhos também entraram, familiares e amigos, pois o testemunho que eu dava era que tinha muito lucro. Isso comprometeu minha vida profissional, as famílias e os projetos que passaram a depender da Braiscompany. Eu recebia R$ 30 mil ao mês, só de rendimentos e, quando a empresa parou, tudo deu para trás”, disse.

O empresário contou ainda que grande parte das pessoas que foram seduzidas pelo Antônio Neto Ais não tinha noção do que era o negócio e se deixaram levar pelos lucros iniciais dos contratos. “Quando eu fui até a Braiscompany foi feito uma super apresentação que convencia a todos. 99% dos clientes que entraram não tem conhecimento sobre criptomoedas. Principalmente, para os profissionais liberais e empresários o que chamou a atenção foi a garantia de ter rendimentos recorrentes e essa garantia seduziu a todos”, disse.

“Nem no médio, nem longo prazo temos perspectivas. O cara desapareceu, o dinheiro desapareceu. Tu já imaginou que dimensão isso chegou? Eu com minha vida toda segura, vivendo bem e agora nos deparar com isso? Não foi só o dinheiro, foi a dignidade, a honra que foi tudo embora diante disso. Foi avassalador, assim que posso dizer. Nos resta pedir a Deus que nos abençoe, e até a astúcia de envolver a palavra de Deus eles tiveram a coragem de fazer e, com isso, iludir a todos”, revelou ao Portal ClickPB.

Durante a entrevista, o empresário também revelou que muitos investidores não estão mais com o mesmo padrão de vida, uma vez que a maioria se acomodou diante dos rendimentos altos que eram adquiridos mensalmente e, com o golpe a renda teve queda quase que total, em muitos casos. “Não tenho condições financeiras de manter e se eu não conseguir vender esse imóvel vai para leilão. Minhas contas estão todas atrasadas. Então, até que eu volte a ter uma rotina como antes, isso vai ser muito difícil, pois muita gente desacelerou e parou até de trabalhar para viver com os rendimentos e isso comprometeu toda a vida da família de muita gente”, desabafou.

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