Paraíba

Leilão de bens da Braiscompany termina sem receber lances

porche-ok Leilão de bens da Braiscompany termina sem receber lancesO leilão de bens ligados a pessoas investigadas no caso Braiscompany foi encerrado no fim da manhã desta quinta-feira (6) sem receber lances. Estavam disponíveis carros de luxo e uma embarcação.

A Braiscompany, empresa paraibana alvo da Operação Halving, é investigada por crimes contra o sistema financeiro. Os sócios da empresa, Antonio Neto Ais e Fabrícia Ais, seguem foragidos.

O leilão foi determinado pela Justiça Federal da Paraíba (JFPB) no início deste mês. A marcação do leilão antes do julgamento final do processo aconteceu para prevenir a deterioração dos automóveis e embarcações arrecadados até o momento, segundo a Justiça Federal.

Segundo o leiloeiro responsável, Miguel Neto, como o leilão não teve lances, o processo agora volta para a Justiça, que vai decidir se vai ser realizado um novo leilão ou não.

Ele ainda avalia que, da data da avaliação até a data do leilão, a tabela FIPE já baixou três vezes. Isso pode ter desmotivado interessados a fazerem lances. “Os carros ficaram caros e o desconto em segunda praça foi só de 20%”, explicou. Por isso, uma reavaliação dos bens vai ser solicitada.

Lista de bens que estavam disponíveis no leilão:

  • Porsche Cayenne PHEV Azul (2021/2022) – Avaliado em R$ 745.000,00
  • Land Rover Evoque Pure P5D Vermelha (2014): – Avaliado em R$ 120.000,00
  • I/Ram 2500 Laramie Branca (2021) – Avaliado em R$ 420.000,00
  • Embarcação Motoaquática GTI SE 155 – Avaliada em R$ 70.000,00

 

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Bens apreendidos em operação contra a Braiscompany — Foto: Reprodução/JFPB

Bens retirados do leilão

Uma decisão liminar retirou do leilão dos bens ligados a investigados no caso Braiscompany os imóveis que estavam na lista.

De acordo com a decisão do mandado de segurança criminal, com pedido de liminar, do desembargador Sebastião José Vasques de Moraes, a alienação antecipada de bens configura uma medida precipitada, já que a ação penal ainda não foi ajuizada.

Os outros bens, como os carros de luxo – Porsche Cayenne, Dodge RAM 2500 e Land Rover Evoque – e uma moto aquática, seguiram na lista do leilão.

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Policiais federais dentro da sede da Braiscompany, em Campina Grande — Foto: Divulgação/PF

Caso Braiscompany

A Braiscompany se envolveu em uma polêmica financeira com suspeita de atraso de pagamentos de locação de ativos digitais para clientes. Denúncias feitas nas redes sociais deram início ao caso, que desde o dia 6 de fevereiro passou a ser investigado também pelo Ministério Público da Paraíba.

Idealizada pelos sócios Antonio Neto Ais e Fabrícia Ais, a Braiscompany é especialista em gestão de ativos digitais e tecnologia blockchain. Os clientes convertiam seu dinheiro em ativos virtuais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela “locação” dessas criptomoedas.

Milhares de campinenses, motivados pelo boca a boca entre parentes, amigos e conhecidos, investiram suas economias pessoais sob a promessa de um ganho financeiro ao redor de 8% ao mês. É uma taxa considerada irreal pelos padrões usuais do mercado.

Segundo a PF, nos últimos quatro anos, foram movimentados cerca de R$ 1,5 bilhão em criptomoedas, em contas vinculadas aos suspeitos, sócios da Braiscompany, que estão foragidos.

No total, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária, mas os sócios não foram encontrados.

O nome da operação, Halving, é em alusão ao aumento da dificuldade de mineração do bitcoin, que ocorre a cada quatro anos, período semelhante a ascensão e derrocada do esquema investigado.

Em abril deste ano, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos em uma nova operação da Polícia Federal contra a Braiscompany. As ações da PF acontecem em Campina Grande e Assunção, na Paraíba, e na cidade de São Paulo.

De acordo com a PF, a operação, batizada de Select, é um desdobramento da operação Halving, que aconteceu em fevereiro. O objetivo da ação desta terça-feira é apreender evidências de organização criminosa voltada para os crimes apurados, em endereços ligados aos sócios e gerentes. O nome da operação é alusivo ao grupo de gerentes que mais captavam recursos para a empresa, entre as vítimas do suposto esquema. Em Campina Grande, as buscas foram nos bairros do Jardim Paulistano, no Centro e em um condomínio de luxo.

G1

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