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João prorroga por mais 90 dias intervenção sobre hospitais geridos pela Cruz Vermelha e IPCEP

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O governador João Azevêdo (PSB) prorrogou por mais 90 dias as intervenções sobre os hospitais administrados pela Cruz Vermelha e o Instituto de Psicologia Clínica Educacional e Profissional (IPCEP) na Paraíba. As duas instituições estão no centro do escândalo de corrupção investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, no âmbito da operação Calvário. As instituições em questão são responsáveis pelas gestões do Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, e do Hospital Geral de Mamanguape. A decisão foi publicada na edição desta quinta-feira (25) do Diário Oficial do Estado.

No decreto, Azevêdo diz que a medida visa garantir “a manutenção do regular e pleno funcionamento das unidades hospitalares indicadas na ementa do presente decreto”. A decisão é publicada dois dias depois da soltura da ex-secretária de Administração do Estado, Livânia Farias. Ela foi presa preventivamente na terceira fase da operação, conduzida em conjunto pelos ministérios públicos da Paraíba e do Rio de Janeiro. A ex-auxiliar do governo foi liberada com parecer favorável do Gaeco, em consulta feita pela juíza relatora do caso, Andréa Gonçalves Lopes Lins. Isso fez crescerem as especulações de que houve acordo de colaboração premiada firmada por Livânia. O governo do Estado não divulgou ainda dados sobre auditoria nos três hospitais, previstas no primeiro decreto.

A Cruz Vermelha Brasileira filial Rio Grande do Sul, em conjunto com o Instituto de Psicologia Clínica, Educacional e Profissional (IPCEP), administrou recursos da ordem de R$ 1,1 bilhão entre 2011 e 2018. Elas são responsáveis pela gestão dos hospitais de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, Metropolitano Dom José Maria Pires e o Regional de Mamanguape. As três continuarão sob o controle dos interventores indicados por João Azevêdo, os mesmos que foram nomeados em janeiro. O Trauma permanecerá sob a tutela do coronel Bombeiro Lucas Severiano de Lima Medeiros. Já o Metropolitano e o Regional continuam sob o comando do procurador do Estado Lúcio Landim Batista da Costa.

Durante a vigência da intervenção, a Cruz Vermelha e o Ipsep ficam impedidos de movimentação de recursos financeiros e a ordenação de despesas; a admissão, movimentação e demissão de empregados, e a rescisão, aquisição e contratação de bens e serviços. Atualmente, o mandatário da Cruz Vermelha Brasileira e do IPCEP, Daniel Gomes da Silva, se encontra preso no Rio de Janeiro. Ele foi preso na primeira e na segunda fase da operação Calvário. Também continua presa, Michelle Louzada Cardoso, apontada como braço direito de Daniel. Foi ela quem foi flagrada em vídeo entregando uma caixa de vinho ao ex-assessor da Secretaria de Administração da Paraíba, Leandro Nunes Azevêdo. Ao Ministério Público, Leandro indicou que havia quase R$ 900 mil na embalagem a título de propina.

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