Incêndio em clínica psiquiátrica no Japão deixa ao menos 27 mortos
Um incêndio destruiu uma clínica psiquiátrica na cidade de Osaka, no Japão, e deixou ao menos 27 mortos nesta sexta-feira (17). A polícia investiga a hipótese de fogo criminoso, já que, segundo relatos de testemunhas à imprensa japonesa, um homem foi visto derramando um líquido inflamável no local.
Segundo a emissora pública NHK, as chamas começaram no quarto andar de um prédio comercial por volta das 10h no horário local -22h da quinta (16), em Brasília.
“A maioria das pessoas que perderam suas vidas pode ser profissionais de saúde ou pacientes da clínica. Isso é insuportável”, disse a médica Yumiko Inoue, que trabalha em frente ao local do incêndio, à agência de notícias Reuters.
O jornal Kyodo News informou que testemunhas viram um homem que aparentava ter entre 50 e 60 anos carregando um recipiente que continua um líquido. O homem teria derramado a substância perto de um aquecedor, desencadeando o início do incêndio. O suspeito foi levado a um hospital em estado crítico.
Ao menos 24 pessoas foram confirmadas como mortas, segundo a NHK. Os bombeiros de Osaka, no entanto, informaram à Reuters que 27 vítimas sofreram parada cardiorrespiratória -esse é o termo usado com frequência para se referir aos óbitos ainda não declarados oficialmente.
O incêndio foi contido em cerca de 30 minutos, com auxílio de mais de 70 viaturas dos bombeiros, mas destruiu toda uma área de 20 metros quadrados no quarto andar. Não ficou claro se o fogo atingiu outros pavimentos do prédio, mas as imagens da mídia japonesa mostraram fumaça saindo também do telhado do prédio de oito andares.
Além da clínica psiquiátrica, o edifício comercial também abriga um salão de beleza, uma loja de roupas e uma escola de inglês. Ao Kyodo News, uma testemunha disse ter visto pessoas pedindo socorro das janelas do sexto andar.
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, expressou solidariedade às vítimas e a seus familiares e disse que as autoridades estão trabalhando para esclarecer as circunstâncias do incêndio. “Devemos chegar ao fundo deste caso horrível, esclarecer por que e como aconteceu. E devemos tomar medidas para evitar que aconteça novamente”, disse o premiê.
Incêndios fatais são raros no Japão, um país com rígidas regulamentações de construção e baixos índices de criminalidade. Ainda assim, há casos graves que permanecem na memória dos japoneses.
Em 2019, um homem que se dizia vítima de plágio incendiou um estúdio de animação de Kyoto, provocando a morte de 36 pessoas -o crime mais letal do país em décadas. Em 2008, um ataque semelhante em uma locadora de vídeo em Osaka matou 16 pessoas. O responsável está agora no corredor da morte.
FOLHAPRESS