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Filho de brasileiros, deputado eleito nos EUA admite ter mentido em currículo

o-congressista-george-santos-filho-de-imigrantes-brasileiros-1671498237603_v2_900x506-700x394 Filho de brasileiros, deputado eleito nos EUA admite ter mentido em currículo

O deputado eleito pelo Partido Republicano George Santos, de Nova York, admitiu em duas entrevistas separadas nesta segunda-feira (26) que mentiu sobre partes de seu currículo, mas negou ter cometido algum crime e disse que pretende servir no Congresso.

Santos enfrentou escrutínio sobre discrepâncias em seu histórico profissional e educacional, bem como outras reivindicações públicas que ele fez sobre sua biografia. Em entrevistas à rádio WABC e ao New York Post – as primeiras vezes em que ele falou publicamente sobre a polêmica –, reconheceu que inventou alguns fatos.

“Eu não sou um criminoso. Nem aqui, nem no exterior, em nenhuma jurisdição do mundo cometi algum crime”, pontuou Santos em entrevista ao radialista John Catsimatidis, da WABC.

“Para ir direto ao ponto, não sou uma fraude. Não sou um criminoso que defraudou o país inteiro e inventou esse personagem fictício e concorreu ao Congresso. Estou por aqui há muito tempo. Quero dizer, muitas pessoas me conhecem. Eles sabem quem eu sou. Eles fizeram negócios comigo”, acrescentou.

“Não vou dar desculpas para isso, mas muita gente exagera em seus currículos, ou distorce um pouco. Não estou dizendo que não sou culpado disso”, disse.

Santos também admitiu que nunca trabalhou diretamente para as empresas financeiras Citigroup e Goldman Sachs, como havia sugerido anteriormente, mas ressaltou que trabalhou para elas por meio de sua companhia, alegando ao New York Post que foi uma “má escolha de palavras” dizer que trabalhava para eles.

Ele também disse ao Post que não se formou em nenhuma faculdade ou universidade, apesar de ter anunciado que se formou no Baruch College e na New York University.

“Não me formei em nenhuma instituição de ensino superior. Estou envergonhado e arrependido por ter embelezado meu currículo”, ressaltou, acrescentando que reconhece isso e que “fazemos coisas estúpidas na vida”.

Ele também disse à WABC: “Quero ter certeza de que, se desapontei alguém ao retomar o ‘embelezamento’, sinto muito”.

O New York Times revelou pela primeira vez na semana passada que a biografia de Santos parecia ser parcialmente falsa. A CNN confirmou os detalhes dessa reportagem, incluindo sobre sua educação universitária e histórico de empregos.

O “KFile” da CNN também informou na semana passada que as alegações do deputado eleito de que seus avós “sobreviveram ao Holocausto” como refugiados judeus ucranianos da Bélgica que mudaram seu sobrenome são contrariadas por fontes, incluindo árvores genealógicas compiladas por sites de genealogia, registros de refugiados judeus e entrevistas com vários genealogistas. Um advogado de Santos se recusou a comentar à CNN.

“Nunca afirmei ser judeu”, destacou Santos ao Post. “Sou católico. Como descobri que minha família materna tinha origem judaica, disse que era ‘judeu’”, explicou.

Santos ainda pontuou recentemente que estava “muito orgulhoso” de sua “herança judaica”, no final de novembro de 2022 no Jewish News Syndicate.

CNN entrou em contato com a liderança do Partido Republicano na Câmara e o Comitê Nacional Republicano do Congresso após a confissão de Santos.

A liderança republicana da Câmara ficou em silêncio em meio às revelações da semana passada. O líder da minoria, Kevin McCarthy, não respondeu às perguntas da CNN na quinta-feira (22), quando questionado se estava preocupado com aparentes deturpações.

Santos derrotou o democrata Robert Zimmerman em um distrito recém-definido que cobre partes do Queens e alguns subúrbios próximos de Long Island, transferindo o controle para os republicanos, que dominaram os subúrbios de Nova York em seu caminho para a maioria na Câmara.

Foi a segunda candidatura de Santos, tendo perdido para o deputado democrata Tom Suozzi em 2020.

A maioria das críticas que ele enfrentou durante sua recente campanha centrou-se em sua presença no comício do ex-presidente Donald Trump em Washington, em 6 de janeiro de 2021, e um vídeo no qual ele alegou ter escrito um “cheque legal” para ajudar supostos manifestantes com seus honorários de advogados.

CNN Brasil 

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