Foi bom enquanto durou, Julianna Peña. Foram sete meses como campeã peso-galo do UFC, mas o cinturão voltou para o seu maior dono numa luta épica. Amanda Nunes castigou a americana ao longo de cinco rounds, exibiu sua técnica, fugiu dos perigos quando ele chegou, deixou o rosto da rival ensanguentado e venceu na decisão unânime (50-45, 50-44 e 50-43) para retomar o título da categoria até (até 61,2kg) e se tornar novamente a “champ-champ” do UFC.
Amanda Nunes UFC 277 — Foto: Getty Images
A filha Reagan, de 2 anos, estava no colo no momento do anúncio do resultado, mas logo teve que dar lugar aos dois cinturões que a Leoa voltou a ostentar juntos, com direito à conhecida corrida com os dois pelo octógono como já havia feito diante de Cris Cyborg.
Sinceramente, sabia que quando a Leoa não pegasse sua presa na primeira vez, pegaria ela na segunda vez. E agora fiz história, sou a campeã dupla de novo! (…) A melhor coisa que fiz foi fazer minha academia. Sinto que lá estou segura, que posso crescer, e que se tenho pessoas dedicadas só para mim, posso ser ainda melhor. Era para fazer o mesmo na última luta, mas eu não estava pronta.
Amanda Nunes chega agora a 22 vitórias no MMA, onde tem cinco derrotas. O cenário para a próxima luta está em aberto, com uma possível trilogia com Julianna Peña, uma trilogia com Valentina Shevchenko ou uma defesa de cinturão nos penas.
O primeiro round mostrou que a Amanda Nunes no octógono neste sábado era uma lutadora cerebral, que não queria apenas se tornar novamente campeã, mas queria mostrar sua superioridade. A brasileira começou a tocar o rosto de Julianna Peña na longa distância e, quando encurtou, fez a americana dobrar os joelhos. Na base do jab, Amanda também pontuava.
Logo no início do segundo round, um cruzado de direita de Amanda derrubou Peña. Amanda a mandou se levantar. Não demorou muito e um cruzado de direita por cima fez a americana cair de novo. A brasileira não queria ir para o tudo ou nada como fez na luta anterior e mandou a rival se levantar mais uma vez. Por outro lado, Peña mostrava ter queixo duro e ainda jogou um bom cruzado que tocou o rosto de Amanda. Uma cotovelada de Amanda também entrou. No final da parcial, Amanda disparou mais um cruzado de esquerda de encontro e aplicou o terceiro knockdown.
Amanda Nunes Julianna Peña UFC 277 — Foto: Getty Images
Àquela altura já no terceiro round, Amanda Nunes claramente começava a abrir uma folga na pontuação. E foi aí que a brasileira começou um roteiro de quedas, deixando o duelo acontecer no chão. Ao melhor estilo judoca, Amanda quedou e entrou na guarda da adversária, que ao mesmo tempo em que era castigada com socos, tentava pegar o braço da brasileira. Amanda jogou duras cotoveladas por cima e abria um sangramento abundante no rosto de Peña. A torcida já aplaudia efusivamente o duelo.
Julianna Peña Amanda Nunes UFC 277 — Foto: Getty Images
No quarto round, Amanda fintou nos primeiros segundos a investida de Peña, cinturou e colocou para baixo. A americana logo tentou sair no braço e Amanda não só escapou, como jogou duros golpes por cima. A brasileira seguia dentro da guarda e Julianna tentou uma terceira vez a chave de braço, mas Amanda saiu de novo. Na quarta tentativa da americana, Amanda teve mais dificuldades, mas escapou de novo. No último minuto, a luta voltou a ficar de pé, mas Amanda derrubou mais uma vez. Julianna ficou sozinha no chão e, quando subiu, levou nova queda.
Amanda Nunes Julianna Peña UFC 277 — Foto: Getty Images
No início da última parcial, as duas lutadoras se abraçaram e foram ovacionadas. Mas assim que começou a trocação, Amanda repetiu o roteiro dos dois rounds anteriores e derrubou Peña. Amanda jogava cotoveladas e Julianna tentava sair no braço. Quando elas voltaram a ficar de pé, Amanda derrubou, cai de lado e jogou duras cotoveladas. Em determinado momento grudadas, Amanda se aproveitou e foi para as costas, mas depois ficou por cima. Amanda golpeava duro por cima e voltou nas costas restando 50 segundos pata o fim da luta. Ela fechou o mata-leão, mas logo soltou, e a partir dali já era tempo só de pensar no título.
G1