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Presidente da Ucrânia diz que ‘guerra está retornando à Rússia’ após ataque de drone em Moscou

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Fachada danificada de prédio em Moscou por drone

Foto: Reuters / BBC News Brasil

Um ataque com drones em Moscou neste domingo (30/7) danificou a fachada de dois prédios sem deixar feridos, afirmaram autoridades russas.

O Ministério da Defesa da Rússia disse que três drones ucranianos foram derrubados e que dois se chocaram a escritórios. Nas últimas 24 horas um total de 44 equipamentos do tipo foram interceptados, disse o ministério.

A Tass, agência estatal de notícias, afirmou que um guarda do prédio ficou ferido por estilhaços de vidro no ataque de Moscou, atribuindo a informação a uma pessoa não identificada dos serviços de emergência.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky declarou em uma gravação de vídeo que “gradualmente, a guerra está retornando ao território da Rússia — aos seus centros simbólicos e bases militares, e isso é um processo inevitável, natural e absolutamente justo”.

“Hoje é o 522° dia da chamada ‘Operação Militar Especial’, que a liderança russa pensou que duraria algumas semanas”, afirmou Zelensky que não assumiu abertamente a autoria do ataque deste domingo.

Os voos foram brevemente suspensos no aeroporto de Vnukovo, a sudoeste do centro de Moscou, após a ação com drone.

Uma testemunha ocular, que apenas deu seu primeiro nome como Liya, disse à agência de notícia Reuters que viu fogo e fumaça. “Ouvimos uma explosão e foi como uma onda, todos pularam”, disse ela. “Aí havia muita fumaça e não dava para ver nada. De cima, dava para ver fogo.”

Horas antes, o presidente russo Vladimir Putin disse não rejeitar negociações de paz sobre o conflito (leia detalhes mais abaixo).

Acontecimentos dos últimos dias na guerra

O presidente Zelensky visitou nos últimos dias as forças especiais ucranianas perto de Bakhmut, a cidade onde alguns dos combates mais violentos da guerra estão ocorrendo.

As autoridades ucranianas disseram que as tropas de Kiev estão avançando gradualmente perto de Bakhmut, no leste, que as forças russas tomaram em maio.

Durante a noite, a cidade de Sumy, no nordeste da Ucrânia, foi atingida por foguetes, matando uma pessoa e ferindo outras cinco, informou o Ministério do Interior do país.

O ministério disse no Telegram que um míssil russo atingiu uma instituição educacional na noite de sábado. A BBC não verificou esta informação.

Em outro lugar, duas pessoas morreram e outra ficou ferida depois que um míssil atingiu “uma área aberta” na cidade de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, no sábado, disse uma autoridade.

Anatoliy Kurtiev, secretário do conselho da cidade, disse que a onda de choque causada pelo “míssil inimigo” quebrou janelas de apartamentos e danificou uma instituição educacional e um supermercado.

Putin diz não rejeitar proposta de paz

Horas antes do ataque em Moscou, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que não rejeita a ideia de negociações de paz em relação à Ucrânia.

Em fala após encontro com líderes africanos em São Petersburgo, na Rússia, Putin disse que as iniciativas africanas e chinesas podem servir como base para encontrar a paz.

No entanto, Putin também disse que não pode haver cessar-fogo enquanto o exército ucraniano estiver na ofensiva.

Nas conversas sobre paz, tanto a Ucrânia quanto a Rússia disseram anteriormente que não irão à mesa de negociações sem certas pré-condições.

Kiev diz que não concederá nenhum território, mas Moscou diz que Kiev deve aceitar a “nova realidade territorial” de seu país. A Rússia invadiu o vizinho no ano passado e está ocupando territórios no sul e no leste do país.

Putin disse na coletiva de imprensa no sábado (29/7) que não havia planos para intensificar a ação na Ucrânia por enquanto.

Ele também defendeu a prisão de vozes críticas, alegando que algumas pessoas de dentro do país estavam prejudicando a Rússia.

As críticas à invasão da Ucrânia por Moscou são proibidas e os membros mais proeminentes da oposição estão atrás das grades ou no exílio.

Em sua abrangente fala à imprensa, o presidente russo também disse que Moscou realizou alguns “ataques preventivos” após uma explosão em uma ponte da Crimeia no início deste mês.

Após o incidente na ponte, que deixou duas pessoas mortas, Putin prometeu responder ao que alegou ser um ato “terrorista” da Ucrânia. Kiev não disse oficialmente que foi responsável pela explosão na ponte, que liga a península ocupada à Rússia.

A Cúpula Rússia-África ocorre depois que um grupo africano, incluindo líderes e representantes de sete países, se reuniu com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e Putin no mês passado.

Na quarta-feira (26/7), a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, atual chefe do New Development Bank (NDB), o “Banco do Brics”, se reuniu com Putin.

Segundo a equipe dela, o objetivo do encontro foi discutir a próxima Cúpula do Brics, marcada para 22 a 24 de agosto em Joanesburgo, e temas como a expansão de membros do NDB.

Em abril, declarações do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre a guerra na Ucrânia ganharam repercussão e provocaram fortes reações negativas por parte de Estados Unidos e União Europeia.

Em viagem à China em abril, Lula disse ser “preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz”.

Em seguida, foi acusado por John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, de “papagaiar” o discurso sino-russo.

Ainda em abril, após as críticas, Lula disse condenar a “violação da integridade territorial” da Ucrânia e afirmou que defende uma solução “política e negociada” para a guerra.

Recentemente, já em julho, Lula evitou comentários sobre o conflito e disse que precisava se concentrar em questões internas do Brasil. “Não quero me meter na questão da guerra da Ucrânia e da Rússia”, disse. “A minha guerra é aqui, é contra a fome, contra a pobreza, contra o desemprego.”

Terra

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